
Durante a correria cotidiana , bebendo goles e goles frenéticos de café para não deixar esfriar, escrevendo com prazos, dividindo com a humanidade além dos problemas coletivos nossos fardos íntimos. Não nos damos conta de muitos detalhes.
Ontem quando o sol se pôs atrás do horizonte, o meu mundo ficou mudo enquanto um raciocínio incomum brotou na minha mente.
Ali, eu sozinha, quando menos esperava, refleti sobre os deuses e o papel que atribuímos a eles. Já parou para pensar em quantas coisas estão ao nosso alcance e simplesmente deixamos a responsabilidade de fazer acontecer a cargo do senhor destino?
Veja bem, não estou falando de fé, nem tampouco de religião. A covardia é característica de ateus e não ateus, porque longe das questões espirituais somos seres humanos caminhando por aqui, sempre renegando o nosso papel real.
É muito cômodo esperar que o destino, o acaso, os deuses e forças do universo ou seja lá no que você acreditar, se encarreguem de trazer aquilo que desejamos e todas as coisas boas das quais precisamos, enquanto lunaticamente mergulhamos em um poço fundo de preguiça. Repetindo o mantra "dias melhores virão". E quem você acha que vai trazê-los?
Lutar pelo que se acredita e deseja é o clichê que atravessa os séculos sem perder sua verdade. Um dia eu disse que o destino é um bom senhor de face desconhecida que nos dá somente aquilo que merecemos da vida. Tudo é uma troca justa.
Vou esperar Deus ser bom e me dar aquilo que desejo? Sentada à beira da estrada eu vou esperar eternamente, por que aquilo que eu não for buscar com minhas pernas não virá pelo esforço de outros, quem dirá do destino que não é palpável.
Quem não semeia não colhe. Está na hora de perambular em busca do que é nosso.