quarta-feira, 25 de abril de 2012

Não se assustem crianças, vai ficar tudo bem

Por mais que eu tente me esquivar, o mundo está sempre requerendo de mim muito mais do que eu posso oferecer.

Mundo e pessoas esperando mais do que a minha vontade pretende realizar. Diante da tantas obrigações eu só preciso de um segundo para perceber que o que eu queria mesmo era um sumiço repentino.

Quando as mães falam sobre crescer e ter responsabilidades para seu filhos, elas na verdade estão apenas improvisando um aviso sonoro de perigo e caos à vista.

Mães deviam deixar bem claro que o mundo aqui fora é tão vil e que não, não é fácil manter sua alma pura.

Ninguém está inteiramente ciente. A vida é uma só e alguns fardos são para sempre. 

Incrível viver uma linda vida que no final termina sem aviso. Uma vida só. Não viver uma vida equivale a não viver nenhuma. 

Digam as crianças que está tudo bem. Ninguém faz curso preparatório para enfrentar o destino, a vida é uma e somos todos estreantes, mas muitos conseguem se sair bem.

Ao longo da vida, a gente aprende a anotar na memória o que deveria ser feito, se culpar, criar pseudoregras, ressentimentos. A vida está aí cheia de amarguras para te dar. 

Eu nunca tive uma conversa séria com minha mãe sobre o que fazer quando vários problemas resolvessem aparecer na minha porta, invadindo o meu dia, me deixando irritada, sem ânimo. Minha mãe não queria me assustar.

Para ser uma criança maravilhosa, eu sabia que só bastava comer legumes. Para ser uma adulta perfeita, bem, não sei muito o que fazer. O aprendizado aqui é lento e dolorido, mas é valioso e constante. 

Um momento de caos e desespero eu curo escrevendo em um blog e ouvindo uma melodia triste de qualquer banda de rock que me agrade. É curador, é automático. O peso sai, eu até suspiro.

Um dia ou outro de caos, todo mundo tem. Não poder contar com a compreensão de um ou outro todo mundo sabe o que significa. Botar as mãos na cabeça e não saber por onde começar pra consertar o que está errado, todo mundo sabe como é.

Não se assustem crianças, vai ficar tudo bem.




terça-feira, 10 de abril de 2012

Entre rimas e peripécias

Você fica segurando o mundo nas costas fingindo estar feliz, enganando o grande público. Até que um dia, o mundo desaba sobre você e tudo o que tu evitavas agora está bem onde seus olhos podem ver de verdade.

O seu erro. O meu erro. Não é tão fácil me adequar. Sempre tive dificuldades de me inserir nos "grupos". Não tenho amigos de infância. Na escola eu era o patinho feio. Eu cresci com uma falsa autoconfiança, esse é meu escudo, essa é a impressão. 

Bem, na verdade, vivo um incansável desafio contra mim mesma e meu defeitos. Todas essas coisas minhas que irritam as pessoas ao meu redor, irritam a mim também. Esse drama, essa insegurança, esse desespero, esse destempero, isso de achar que não é bem vinda, que não é querida, também acho um peso morto.

A vida é tão bonita mas tem um porém, você carrega problemas desnecessários e se preocupa demais com o que não merece tanta atenção assim. 

Eu ando buscando a felicidade em cada cantinho do mundo ao meu redor, mas encontro principalmente nas letras de músicas e nas memórias da minha infância. Eu fui feliz, gostava de mim como era, eu era criança, nem é tão difícil se amar. Eu queria ser grande e ser importante na vida de alguém além dos meus pais. Eu queria algo do mundo, mas ainda não sabia o que era. Ainda não sei, para ser sincera.

Hoje, eu sou uma mulher que escreve coisas tristes em um blog. A culpa é da minha alma, que sente demais. Não me sinto anormal por expressar tanto ressentimento, acho que todo mundo sente essa vontade, mas por algum motivo não tem coragem. Não é fácil se desfazer da máscara, esse bela e adornada face que protege a tua fragilidade e a mantém oculta atrás do ar de força.

Me pergunto como o mundo dorme quando recosta a cabeça no travesseiro. Será que ele chora escondido no banheiro? Será que ele disfarça uma lagrima com um espirro? 

Ei, eu sou você! Sentimos também, e quando a atenção do grande público não está sobre mim, eu sem maquiagem, sem roupa bonita e sem imponência eu choro. Choro, porque isso faz parte da minha natureza.

Eu erro, sinto remorso, sinto tristeza, me arrependo, sinto saudade, fico ansiosa, me sinto insegura, tenho defeitos, mas apesar de tudo isso, eu também amo viver. Amo viver e descobrir que meus erros tem solução, que o tempo ajuda a amadurecer, e que nossas ideias são mutáveis. 

Só vive a vida quem tem, e ela não é feita só de sorrisos, alegrias, amigos reunidos em uma mesa de bar, pessoas elegantes disputando quem chama mais a atenção em uma festa noturna, rostos forçando simpatia, dinheiro na conta, coletividade, sorte, amor e felicidade.

A vida também é dilema, desafio, labuta, a gente sofre. É azar, é contra tempo, é solidão, é pranto, é traição, e mágoa, e tudo isso e muito mais. É o equilíbrio do universo.

Entre erros e desacertos, o importante é saber quem somos e onde queremos chegar. A vida não é para os fracos, é sim para quem está disposto a se enfrentar.