quinta-feira, 17 de novembro de 2011

É hora de perambular





Durante a correria cotidiana , bebendo goles e goles frenéticos de café para não deixar esfriar, escrevendo com prazos, dividindo com a humanidade além dos problemas coletivos nossos fardos íntimos. Não nos damos conta de muitos detalhes.

Ontem quando o sol se pôs atrás do horizonte, o meu mundo ficou mudo enquanto um raciocínio incomum brotou na minha mente.

Ali, eu sozinha, quando menos esperava, refleti sobre os deuses e o papel que atribuímos a eles. Já parou para pensar em quantas coisas estão ao nosso alcance e simplesmente deixamos a responsabilidade de fazer acontecer a cargo do senhor destino?

Veja bem, não estou falando de fé, nem tampouco de religião. A covardia é característica de ateus e não ateus, porque longe das questões espirituais somos seres humanos caminhando por aqui, sempre renegando o nosso papel real.

É muito cômodo esperar que o destino, o acaso, os deuses e forças do universo ou seja lá no que você acreditar, se encarreguem de trazer aquilo que desejamos e todas as coisas boas das quais precisamos, enquanto lunaticamente mergulhamos em um poço fundo de preguiça. Repetindo o mantra "dias melhores virão". E quem você acha que vai trazê-los?

Lutar pelo que se acredita e deseja é o clichê que atravessa os séculos sem perder sua verdade. Um dia eu disse que o destino é um bom senhor de face desconhecida que nos dá somente aquilo que merecemos da vida. Tudo é uma troca justa.

Vou esperar Deus ser bom e me dar aquilo que desejo? Sentada à beira da estrada eu vou esperar eternamente, por que aquilo que eu não for buscar com minhas pernas não virá pelo esforço de outros, quem dirá do destino que não é palpável.

Quem não semeia não colhe. Está na hora de perambular em busca do que é nosso.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Segundana

O lado patético da vida é sempre aquele que é vivido com maior intensidade. Incrível. A contradição parece ser o meio mais interessante de se dizer algo. O que é piegas e puramente clichê, parece encantar mais do que a originalidade das palavras curtas.

O que parece, é que o mundo inteiro, entenda isso como exagero, perdeu totalmente a capacidade de raciocinar e criar suas próprias pontes. Talvez seja esse o motivo que tem tornado distante os mundos entre sí.

Entenda a vida como uma corda fina e bamba. Você sem suportes e nem asas, prefere ficar onde está do que arriscar atravessar o precipício, sem nenhuma promessa de encontrar o paraíso do outro lado. Isso seria interessante se não comum.

E assim se descreve a vida. Nada de trocas justas. Mas trocas com intenções pré definidas, são negócios mais fáceis de satisfazer a clientela.

Vida incerta. Tão insana quanto as melodias setentistas de Led Zeppelin. Vida desonesta, tão depressiva quantos os poemas de Manuel Bandeira. Um puro desalento. Nada segue uma linha certa, nem um ponto alvo. É tudo ao vento, desatinos, desafios, desamores.

E o sentido? Está perdido, vagando por entre os séculos. Fim.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Bad day for me

Sim, na vida existem os dias bons. Mas também existem aqueles em que as comportas do universo de problemas se abrem. Aqueles em que a Lei de Murphy faz todo sentido e qualquer melodia de Blues em um raio de 3 km pode provocar o maior número de lágrimas possível.

É incrível como todo o controle da vida pode se esvair com um simples amanhecer. Nós, seres humanos, cheios de nós mesmos e confiados em nossa inteligência, ao menor sinal de mudança beiramos o declínio social.

É duro ver nossos planos todos desfeitos. Ficamos bravos quando a rotina não segue a linha que traçamos. E que engraçado, odiamos rotina.

Vivemos nossos dias baseados no que as notas verdes e coloridas podem nos proporcionar. Um mês sem algumas ou muitas à menos, pode ser o estopim do desespero.

A vida podia ser mais simples e se limitar à enfiar todos os seus problemas em um saco de papel, queimável. Mas quem toma conta dela? Eu dela, ou ela de mim?

De quem é esse roteiro piegas? De quem é a ideia dessas peripécias? Qual é a intenção desse teatro? Eu me pergunto como se não fosse normal indagar Deus e as forças do universo que me rodeiam.

Eu procurei a música mais deprimente para ouvir, e hoje, nesse dia, qualquer uma pode ter essa característica.

Não controlamos o rumo de tudo, principalmente o do destino. Se amanhã chove (espero que estejam compreendendo a metáfora), deixe chover, e faça mais, corra para a chuva e chore junto com o céu. Ninguém vai ver, eu garanto.

No final de tanta reclamação, eu não sei mesmo de quem é a culpa. Talvez seja da minha ansiedade. Pode ser talvez da minha personalidade desligada de compromissos. Quem sabe, sejam as palavras durar que proferimos e que como doenças vão nos corroendo dia após dia, fazendo com que nada esteja bem.

Existe um sentimento em nós que se chama remorso, e esse, sem dúvida alguma é o maior causador de morte à longo prazo. Te mata lentamente e com um sabor bem amargo.


Apesar de possuirmos tudo, não temos nada, e nada faz sentido se dentro de nós a paz não reinar.


Bom, esse rodeio todo é simbolo da minha prolixidade. Na verdade é bem simples, o dia não está nada bom, e se lagrimar é chorar, eu já deixei rolar uma enxurrada.

Hoje não há maquiagem, só olho fechado e rosto segurando choro. Amanhã é outro dia.