quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Tudo em família

As várias maneiras de se expressar o amor em família, muitas vezes não são o bastante. Eu poderia espremer todas as formas de amor e criar a formula da boa convivência, mas se a vida fosse assim tão simples se chamaria conto de fadas. E não, não é.

Nessa história longa que atravessa os seculos, os príncipes e princesas, reis e rainhas, são a personificação mais clara do que é a imperfeição humana.

Caberia aqui, como uma bela metáfora da vida, a história de heróis e dragões, mas heróis frustrados e dragões invencíveis. 

Já dizia uma sábia amiga, que a convivência é a maior vilã de todas. Pessoas, diferentes, com suas maneiras de ver a vida, de pensar sobre o mundo, de enfrentar dragões, de caminhar, de viver. Cada qual com suas falhas, defeitos, problemas, desafetos, armas de defesas e coração.

E no mesmo caminho que atravessam juntos pela vida, a felicidade é o que procuram. A dor que dividem, o almoço e o jantar, as conquistas, os planos, os sonhos, a paz e a guerra de personalidades. Família, é aquele abrigo imaginário para o qual todos quanto podem, correm para se sentir seguros.

Conflitos, os dragões dos contos fantásticos. E nós, seres terrenos, os heróis medíocres da era moderna. Dispostos a amar. E, se quem amamos soubessem o tamanho do nosso amor...

Meu pai sempre diz as palavras duras e afiadas como a espada dos grandes guerreiros. "Tens que amar a ti própria também... pois existindo amor próprio, existirá amor ao próximo, inclusive aos pais... Amor não é só da boca pra fora, vem de dentro, e se personifica através de boas atitudes, de respeito e consideração".

Até a rocha mais resistente de todo o universo, não poderia deixar de fluir água de suas fendas ao ouvir essas palavras.

Alguém tem que ceder. Os mundos ambulantes estão muitas vezes, ludibriados pela soberba.

Eu estou falando de amor incondicional, era essa minha intenção. Falar de amor de mãe e pai, irmão e irmã. Amor de vó.

Família é aquele colo gigante que te acalenta. É o local perfeito para se ouvir umas verdades que ninguém no mundo inteiro tem coragem de te dizer. É o lugar onde os teus defeitos estão bem guardados do mundo que te julga.

Ali, todos os problemas, as mágoas, as brigas estão em família. Você está seguro, você está bem. 

Cada família é uma universo dentro de um universo. Cada uma com suas histórias de reis e rainhas, heróis e dragões. 




quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A vida merce um post

Reclamação dia após dia, parece normal. Em um mundo complexo, cheio de mini universos ambulantes. Cada um com uma carga específica sobre sí.

Ninguém quer correr para o futuro. Os passos aqui são curtos e lentos. A face desconhecida do amanhã amedronta, instiga, cala e deixa o hoje para ser vivido sem data prévia. Nada de compromissos, isso assusta.

Mas sempre há o que se comemorar. Os calendários terrenos, estão cheios de compromissos com suas respectivas intenções comerciais bem apresentadas. Todos querem participar.

Como pequenas lagartas em plena metamorfose. 
De olhos fechados parecemos tão inflexíveis às mudanças. Um mergulho profundo no mar de delicias que a vida oferece, pode mudar a direção dos passos. 

É claro, prazer reservados para os que sabem nadar e não tem medo do desconhecido. Porque a vida não é nada mais do que um misto complicado de incerteza e sorte. 

Do mundo das ideias os seres paridos surgiram, sem escolha e consulta prévia. Convidados para uma festa manipulada e idealizada pelos deuses do universo. Sem direito de declinar. Por que não viver? Prove o banquete, veja se gosta.

Novas melodias, novos prazeres, nova ordem, nova vida. E você mergulha, mergulha fundo na garganta doce da vida. Eterna puberdade, mudança inevitável. Rugas, espelhos quebrados, planos desfeitos, partos, partidas, vindas, amores, destemperos e um mar gigante. Um mar imenso de culpa e vida para viver.

Seres ludibriados pela beleza do mundo, de repente o banquete lhes pareceu prazeroso demais, mas ninguém avisou que a festa acaba e o baile termina. 

A intrínseca ideia de dor e  morte, o doce e o amargo, o antigo paradoxo, vida, vida e morte. Vida e sobrevivência. Vida e amor.

Vício frenético de fugir do tempo. Viver e tomar todos os goles possíveis. Nadar, nadar no profundo e imenso mar. Sem ordem e roteiros pré determinados. Por que afinal, isso é viver. O estupor, as peripécias do enredo.

É só abrir os braços e nadar, nadar, nadar.


domingo, 1 de janeiro de 2012

Ano velho sou eu


Primeiro dia de um novo ano, Scorpions fazendo a trilha de um domingo atípico e eu chego a conclusão de quê por mais que nossos planos estejam bem estruturados no mundo das ideias, a coisa desanda bem rápido quando se trata da vida real.

Temos então, um novo e imenso conjunto de dias nos quais poderemos quebrar promessas, desfazer planos, decepcionar pessoas e fazer tudo errado do jeito que sabemos bem.

É um vício, procrastinar. É comum deixar a vida por fazer. 
Todos de branco louvam a entrada do novo ano. É só uma questão de nomenclatura, a vida depois dos fogos continua a mesma.

Acho que nesse ano já posso cuidar de um cachorrinho. Talvez eu encontre um equilíbrio entre o meu individualismo e a coletividade. O mundo é singular tanto quanto eu sou.

A cada ano que passa, comemoro menos as festas de fim de ano. Eu só vejo mudanças no calendário, quero ver mudança em mim. Um dia talvez, eu festeje de branco a paz interior e a alegria do dever cumprido em 365 dias da vida. Mas até o momento, ainda tenho entraves do ano passado para resolver. Perdi tempo demais, e o pior, não sei em que bar ele foi desperdiçado.

Eu tenho dilemas do ano passado, e sou eu. Tenho assuntos não resolvidos comigo mesma. Eu sou meu fardo.

Não parece tempo demais?

Eu bem que podia fazer uma lista de coisas que tenho que fazer para ser mais feliz durante o ano recém nascido, e essa se juntaria a muitas outras que tenho guardadas no fundo de um armário.

As incertezas continuam. Ainda somos o problema. O mundo ainda é o mesmo.

Parece que temos uma vida inteira para corrigir nossos erros. Parece.
E o mundo vive a sensação de novidade, quando tudo na realidade é velho. Hábitos velhos. Mundo velho. Esse não é um novo capítulo, é a mesma história sem fim.

Qual a moral da história? Quem sou eu para dizer. Feliz ano novo.