segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Life is light


Gather all your plans, steps, dreams, disappointments and settle in a bag. Take your failures, your mistakes and throw in a drawer.

The bag, put it in the back, you are totally responsible for what you wish for. Take the world in your back without expectations. It is almost certain that a thousand chances to be lost, but we lost much more than that without knowing.

Take what comes ahead, a chance that is. Make love as you can. Destroy the reason many times as possible. Live it now, and it’s not a cliche, I saw that it is possible.

Leave this melody playing, dance as the compass. Do not leave anything behind.

What about the frustrations, it's like everything in life. At first it is hard to accept, but then the soul learns that there is no evil that lasts forever and neither pain that lasts forever. We have the talent to redo it.

While I'm weaving these lines, I try to teach the same to me,  that the world turns, and the story of rays never fall in the same place can only be relative.

The world does not follow a rule. There is no ready ways. In this big context the great eternal Monday, we learn with the experiences.

 The life sips you drinking are what teach you how to live it better. It is not the amount of years you live, but the intensity with which it spilled the drink purpura intoxicating and addictive that is life.

Here, you turn castaways storyteller that never have felt the salty taste of the sea. This is common, but none survives. That is why I repeat the phrase, life does not follow a rule. For this dangerous disease no prescribed remedy.

Each one finds its cure like pilgrims looking for something in the horizon. We'll tattooing soul with the experiences. Bleeds and hurts, but it is sweet and addicting.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Fuga

Não, não me diga nada agora. Faço esse pedido. Quero ouvir o silêncio na companhia de uma xícara quente de café. Quero reorganizar o caos. As vezes sobram os cacos e as descobertas. É complicado digerir tudo de uma só vez. 

Cansei. Eu só quero um café. Quente, forte e cheio de alívio. E hoje nem é lua cheia.

Fico pensando no que cada um faz para se livrar de seus demônios.

Quem canta sobre a dor do amor. Quem escreve sobre o sofrimento de nunca tê-lo sentido.

Quem bebe por não entender ao certo a diferença entre a sobriedade e a embriaguez, quem se esconde por medo de encarar a vida, quem prefere ficar no escuro, quem prefere um cigarro, quem prefere um livro, quem prefere qualquer outra forma de artificio para não ter que lidar consigo mesmo.

Onde você busca companhia para se livrar de si mesmo, e da sua razão que está sempre pronta para te acusar?

Quem compôs a dor do amor e transformou aquele sentimento que retorce o peito e te deixa sem ar em uma melodia? Quero agradecer cheia de lágrimas nos olhos.

Quem cantava a dor do amor e não canta mais. Quem sabe dos seus problemas melhor que você mesmo? Ninguém busca as alternativas erradas enganado.

 Eu prefiro escrever. É uma forma de não deixar os sentimentos da vida me corroerem por dentro.

Cada um traça sua rota de fuga.

Eu já cheguei a escutar a mesma música mil vezes. Alguns decidiram morrer.

A prateleiras estão cheias de poetas mortos.

Os bares cheios de poetas vivos e mortos.

Não importa se a fuga é momentânea. Você só quer calar a reflexão, deixar de pensar no que traz peso para a alma.

É um ciclo vicioso. É a vida aqui.

Tudo passa mesmo. O efeito da fuga e a dor também. Seja ela qual for.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Desperdiçar

Esvaziei meus bolsos hoje e percebi que não me resta mais nada além de algumas moedas de valor pequeno, e uns poemas escritos em papéis de rascunho.

Eu procurei dentro de mim algo mais que eu pudesse usar como combustível para fazer a vida valer a pena. Lá no fundo, bem escondido entre planos desfeitos, sonhos adormecidos, objetivos inalcançados, vontades abandonadas, eu encontrei algo. Um tanto tímida, e abobalhada, eu vi um punhado de vida ansiosa para ser  desperdiçada. 

Eu olhei bem dentro dos seus olhos misteriosos e pude ver uma luz acesa. Ela me disse que quer atravessar o oceano, amordaçar a razão, e afogar o medo. Ela que correr os riscos da vida e da morte. Ela deseja ser mais que uma existência que o moinho do tempo consegue corroer. 

Ela me disse que não deseja dar seus últimos suspiros acomodada em uma cadeira de balanço na varanda de uma casa cheia de gatos. Ela não quer dar seus últimos suspiros olhando a vida passar na sua porta. Concordamos em lutar por um final mais interessante, por uma mente mais rica, por uma vida mais preciosa de detalhes e vivências. Concordamos em aumentar as doses de amor, os valores da aposta, as doses de tequila, as páginas de livro, os roteiros de viagem. 

Fizemos um trato. Vamos ouvir a mesma canção milhares de vezes sem reclamar, em vários idiomas diferentes, em diversos lugares longínquos, em montanhas, em litorais, em serras, em desertos, em qualquer lugar, em qualquer momento.   

Eu quero desperdiçar minha vida. Eu quero o céu e o mar. Eu quero amar. Quero descobrir livros que nunca li, quero ouvir canções que nunca senti, quero sentir lábios que nunca toquei, eu quero gastar meu tempo. 

Quero deixar para trás as mensagens não respondidas, abandonar as expectativas. 

Encontrar um rumo, uma razão, um sentido. Quero desaprender o caminho de volta para casa. Eu sou um pouco no mundo, sou pouco demais. 

Quero desafiar as distâncias entre os mundos. Romper continentes, provar que é possível chegar ao outro lado do mundo. 

Sem malas, sem expectativas. Sem nada. Nada além de mim, meus pés e um saco vazio de vida para ser cheio.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Roteiro infinito

Existe uma matilha de gritos ferozes querendo sair. Estão presos, engasgados. Esse é um dos muitos sintomas de uma doença chamada vida. Ela é silenciosa, mas te consome vagarosamente. Ela é sutil, mas é dolorosa. 

Vivendo por aqui, na terra dos vivos, você pode sentir muito, ou sentir nada. Você pode procurar freneticamente por sofismas para alicerçar o vazio indescritível que insiste em existir. 

A verdade é que nós morremos todos os dias, todos os dias nós morremos um pouco mais, e a cada dia vamos nos aproximando do abismo da inexistência. É a explicação mais sublime que eu poderia imaginar. Talvez a mais honesta e que eu ei de contar aos meus filhos, se os tiver um dia.

Lamento não poder reunir todas as dores desse mundo em um só recipiente, colocá-lo ao sol e deixar evaporar, sumir, desaparecer.

Nada é mais deprimente do que a certeza de que o mundo é tão imenso e a vida tão curta e incerta. 

Cada um de nós, é dono de um peculiar e curioso ciclo vicioso de vida. Acreditar, desacreditar e tornar a acreditar no amor é um deles. Esse é sem dúvida o mais comum entre os viventes. Acreditar, desacreditar e tornar a acreditar na humanidade também é um deles. Acreditar, desacreditar e tornar a acreditar em qualquer outra coisa que seja, também é um exemplo. 

Isso nos define. Estamos sempre acreditando em algo, sempre em busca de algo, sempre caindo nas mesmas armadilhas, sempre acreditando que "dessa veze será diferente", sempre apostando nos mesmos cavalos, sempre marcando os mesmos números, pelo simples fato de acharmos que "comigo vai ser diferente". 

E para quê reclamar das manias então? Se nós mesmos fomos concebidos pelo maior círculo vicioso que poderia existir. Nascer, crescer, se reproduzir e morrer. 

E somos como personagens abobalhados em um roteiro de repetições infinitas e apresentações curtas. 

No fundo, vivemos procurando o sentido errado da vida. Quem pode garantir que ao menos tenha um sentido afinal.

Quem garante ao menos que não estejamos sonhando?! 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Herança

Andei pensando nessa coisa incerta que é a vida e em como ela foge fácil de nossas mãos, deixando planos, ideias, sonhos e feitos incompletos pelo espaço.

Imaginei como seria se você soubesse o dia do seu fim com antecedência. Presumo que o sentimento não se compararia à expectativa de um parto, de uma vida por vir, algo como a luz surgindo.

Vida que vai e vem. Todos parados em uma estação, aguardando a vida e a morte, embora silenciosamente.

Uma das facetas mais admiráveis do ser humano é conviver com a certeza da morte e não se desesperar. Sempre penso nisso.

Viver com a certeza cruel de só se viver uma vez. Uma única e inevitável vez.

O cavalo celado, que com rapidez só aparece em tua porta uma vez. A vida é essa dádiva, que muitas vezes se assemelha a um castigo.

A vida, que nos é dada sem escolha. Cada um vai compondo acordes nas linhas dessa partitura.

Já dizia Milan Kundera, "a vida humana acontece só uma vez, e não poderemos jamais verificar qual seria a boa ou a má decisão, porque, em todas as situações, só podemos decidir uma vez. Não nos são dadas uma primeira, segunda, terceira ou quarta chance para que possamos comparar decisões diferentes".

Somos estreantes em um show único que só acontece sem ensaio.

Kundera vai ainda mais longe e afirma que "o homem, porque não tem senão uma vida, não tem nenhuma possibilidade de verificar a hipótese através de experimentos, de maneira que não saberá nunca se errou ou acertou ao obedecer a um sentimento. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado".

"Uma vez não conta, uma vez é nunca. Não poder viver senão uma vida é como não viver nunca".

Recebemos como herança da vida o mal de morrer. Temos como consolo o que pode ser feito aqui enquanto houver ar para respirar, enquanto ainda restar forçar e batidas de coração.

Homens simples ou não, caminhando pelo mundo. Sendo imortais mesmo após sua morte. Carregando a herança serena e severa de só se viver uma vez.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O tempo, a divindade invisível

Você percebe que é forte e que todas as peripécias antes vividas são o tempero vívido da tua experiência presente.

Não se importar mais é uma dádiva. Dia após dia, fica da vez mais fácil se desfazer daquilo que já não contribui para manhãs alegres.

Nós, como mestres que somos, de complicar as coisas simples e torná-las insuperáveis. Isso ninguém no ensinou. É nato. É um vício. É um fantasma.

Indivíduos carregados de dúvidas, impasses, dilemas. Seres racionais que afirmam amores, confirmam ideais, assumem desafios, e na aurora desmentem, renegam, ignoram, renunciam e jogam por terra todas as palavras ditas. Seria estranho se fosse diferente. 

Você bate na porta esperando dramaticamente que o amor abra e te convide para entrar. Mas a maldita vida, a qual só se vive uma vez, te mostra que há aspectos mais infames a te esperar. Inclusive a covardia. Você entra e se joga se quiser. Ou desiste de vez. 

Talvez a maior dádiva advinda do senhor tempo, seja esquecer. Talvez, a maior peripécia da vida seja transformar o hoje no passado facilmente. O tempo apaga, dizem até que ele cura. O tempo, a divindade invisível. É só uma questão de se permitir, de ser maior, menos medíocre. É só uma questão de amar um pouco mais a si mesmo. 

Não consigo imaginar sorte maior do ser humano, que poder superar seus medos, e seguir adiante enquanto o mundo vai desabando sob suas costas.

O tempo vai devorando tudo silenciosamente. O amadurecimento é equivalente ao número de lembranças que você consegue superar e ao número de vida que você se permite viver. 

Talvez você não tenha uma cota de tentativas. Nesse caso, tentar é sempre uma boa opção. O resto, bem. O resto, deixa que a vida cuida. 

A vida sempre arranja um jeito de cruzar caminhos, e mostrar perante nossos olhos o que poderíamos ter sido, perdido, tido. E nessa lição dramática você se encontra, você reflete. Talvez seja possível ouvir alguns sussurros e risadas. 

Um dia, um dia, tenha certeza. Um dia você aprenderá, que o tempo, ele cura tudo.

terça-feira, 10 de julho de 2012

100 anos

É comum insistirmos em reprises ao invés de virar páginas e mais páginas. Algumas histórias ficam meio embaraçadas com o tempo. Insistimos em ler.

Gotas e gotas desfiguram o enredo. O pior mal é aquele que você faz a si mesmo. Atuamos então dramaticamente nessa história da qual já presumimos o final. Não será feliz, não será junto, não terá os ares livres de um sentimento, nem a delícia do sono compartilhado. Não será nada. Nunca foi nada.

Nunca foi nada além de uma história inacabada e manchada por peripécias. Quedas e mais quedas de percurso que só provaram ao longo do tempo que o que não é para ser, nunca será.

Chega a hora de fugir das despedidas e jogar fora todas as palavras, todas as palavras inúteis e agradáveis. Tão agradáveis de fazer o estômago tremer e os braços se esticarem. Palavras cativas, cativantes, que fazem escorrer vontades pelo corpo, afloram pele, aquecem almas.

Palavras que por um instante já fizeram um coração duro se desmantelar, e um ser totalmente individual desejar ser dois, dois em um.

100 anos de espera e uma intuição que se apresenta quase como uma maldição. Se manifesta em sonhos e quantos sonhos eu tive em que o medo se apresentava tão vivo... Agora ele é real.

100 anos esperando o vento soprar ao meu favor. Imaginava que gosto teria. Descobri que era bom, e que queria pelo resto da vida.

100 anos de espera e não há certeza, não há promessas. A própria vida já deixa claro desde os seus primeiros passos na humanidade: nada é tão certo que não possa ser desfeito, nada é tão perfeito que não possa ser destruído. 

Digo até mais e fecho esse livro do qual um personagem se exclui. Digo adeus. Mas no fundo não quero. Digo até mais. Nos vemos. Daqui a 100 anos, talvez. 


Assim são as expectativas. 

Olha, isso parece mais fácil do que eu podia imaginar.

domingo, 8 de julho de 2012

Esperei 100 anos pelos braços do destino. Na ultima madrugada ele se mostrou totalmente palpável e pulsante como um coração acelerado. 

Sinto que ainda não estou totalmente livre dos temores. Ainda. 

Sinto isso como um pequeno reflexo do que pode ser a felicidade. Algo avistado de longe, sem pretensões, sem expectativas, sem grandes projeções. 

Sim, estou falando do amor. Da vontade de não fugir pela madrugada. A vontade de estar. A vontade de fixar e abandonar antigos comportamentos. A vontade de caminhar pelas estradas sinuosas, não mais individualmente.

Isso ainda não é tudo o que sinto, mas caminha para esse precipício, onde dois são um, apenas se ambos assim desejarem.

Esse é o impasse. É isso que atormenta até a mais repousada alma.

Paciente o bastante. Sigo o embalo de amar até onde não ferir a mim.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Silêncio

Um gemido prematuro, algo quase impossível de sufocar. Gerado nas entranhas, não é fácil controlar. Ele quer ecoar. Penso que não deveria. Não pode se espalhar. É algo, digamos, feito para ser sussurrado ao pé do ouvido, para um, apenas um desprendido da multidão.

O sentimento primogênito, algo que enlaça o corpo inteiro em uma experiência de quase certeza. 
Um dia você cria a mania de não dizer as coisas para não perder o encanto. Uma vez dito está em cheque. 

Parece que não, mas você começa a trilhar a vida baseada na sentença que diz "não grite alto alegria, a inveja tem sono leve". Melancólico, porém verdade. 

A intensa batalha no mundo paralelo. Forças contrárias, pensamentos positivos. Admito, acredito bastante nisso. 

Os dias exigem cada vez mais introspecção. Tudo deve ficar bem guardado da pronúncia e personificado intimamente, em silêncio.

Escravos disso somos. Há quem decide arriscar. Eu não. Prefiro tudo quieto, sem grandes alardes. No fundo da minha alma desejo com todas as forças que possuo que tudo dê certo.

Coloco uma canção otimista para tocar enquanto desejo que os pesadelos sejam dissipados e nós, juntos após 100 anos, possamos permanecer quentes.

Gostaria de falar mais sobre o que sinto abertamente, porém sou discreta e secreta demais e o bastante para ficar em silêncio vendo o mundo girar.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Surpresa

Se você não consegue enxergar as nuances multicoloridas escondidas nas entrelinhas dos dias turvos, você provavelmente também não conseguirá perceber que a vida é um poço aberto de contradições.

O paradoxo da vida, de ser tão incrivelmente triste e ao mesmo tempo presentear-nos com a felicidade. 

A felicidade está nos mínimos espaços, nos mais impensáveis lugares.

As vezes concedida em poucas doses. As vezes percebida com muito esforço. As vezes desapercebida. 

Olhos tão ocupados. Corações tão magoados. Todos os sentidos destreinados pela rotina, deixam de sentir a beleza intrínseca na existência.

Ontem eu chorei, hoje eu sorri. Isso, para quem consegue ver, é uma dádiva do destino. Essa foi uma dose rasa, porém eficaz, da vida em mim.

Eu abri meus olhos hoje e vi meus pensamentos, tomando cada um, o seu devido lugar. Sorri. Cantei. Fui feliz hoje.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Precisamos conversar

Faz tanto tempo que sinto a mesma dor e nunca soube ao certo qual era a causa. Percebei então, que havia uma raiz profunda de mágoa e amargura crescendo em mim. 

Um contraste se fez perceber diante dos meus olhos. Como posso amar tanto que tem me feito tão infeliz?

Por que não olha nos olhos? Me tornei algo tão ruim aos 24 que não mereça teu afeto? Sou teu maior desastre? 

Eu cansei de me sentir errada e tomar para mim a culpa natural por ser filha. Tenho muitos pecados para pagar.

Hey, quando foi que se tornou tão difícil quebrar o silêncio? Quando foi que me tornei menos importante na sua vida?

Me pergunto se o remédio é a distância, ou o tempo, ou o perdão. Tem flores murchando nesse jardim. Essas flores são tuas. Não vou tentar regá-las sozinha. Não mais. Preciso buscar um jardim só meu.

Eu interpreto teu rosto enrugado como um aviso de que não vale mais a pena insistir. Somos duas almas incompatíveis.  

Te amo tanto, mas odeio tuas atitudes, e sei que sentes o mesmo de mim. Esse é o nosso impasse. Esse é o nosso dilema. Essa é a nossa vida. Um silêncio. 

É sempre inverno sobre nós. Os dias parecem estar mudando, mas continuam do mesmo jeito. Frios, calados.

A primogênita peculiar. Tu é um mistério. Esses teus cabelos grisalhos só me fazer ter medo de não te dizer com que número de forças eu te amo. São todas e ao mesmo tempo as que me restam.

São as nossas indiferenças que me atrasam na vida. Não posso mais ter 5 anos. Mas continuo sendo teu primeiro fruto. 

Preciso ir. Vou te olhar de longe e continuar desejando o que sempre desejei. Que sejas feliz. 

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Preâmbulo

Você se arrasta por distâncias incalculáveis, você beira o desespero, você pensa em desistir, você acorda naquela manhã cinzenta e sente vontade de ouvir uma música, ler um livro e tomar uma xícara quente e grande de café. Você prefere dormir. Você prefere o amor ao dinheiro.  Você ama alguém. Você finge que não.

Existem muitas perguntas sem respostas na sua vida. Anote em seu caderno e cobre isso da vida. Não é fácil, eu recomendo que sejas forte. Aliás, eu aconselho que sejas persistente. Não se preocupe com essas unhas cobertas de esmalte vermelho, nem com esse batom borrado em seus lábios, nos meus lábios. Cabelo despenteado é poético. Sinceridade é tão crime quanto assassinato. 

Sigo à risca as regras de coesão e coerência do mundo, não faço o mesmo quando se trata dos meus pensamentos. Eles são meus e não há regras. O coração bate forte a cada vibração da melodia, a mente raciocina e os dedos escrevem. É assim que funciona. 

Não dá para confiar na vida. Ela é sagaz. Não dá para confiar na coerência do meu raciocínio. Como em uma história cheia de peripécias, ele reposiciona em questão de milésimos de segundos a ordem das coisas nas quais vale a pena pensar. Penso naquele amor, penso no futuro, penso no que quero ser, penso na morte, penso em como esse texto é complicado de pôr um fim. 

Não quero ser um alicerce, sou tão fraca quanto você. Só deixo fluir o que está aqui dentro, congelado. Um dia de sol derrete o furor da frieza. Vamos ter fé. Um dia a gente aprende. Um dia a gente descobre a receita desse grande bolo cheio de mistérios que é o universo. Um dia essa canção vai dar lugar a outra mil vezes mais bela. 

Enquanto isso, eu vago por entre os dias, que alternam entre tristes e menos tristes, felizes e menos felizes. Um dia, no final da roda sem fim, a gente encontra a resposta universal. Os por quês da vida, da minha, da sua. O que vai mudar eu não sei.


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Daqui a 50 anos

Gosto de ouvir as histórias das minhas amigas sobre a maternidade e penso se um dia serei eu a buscar meus filhos na escola, ganhar flores no dia das mães, receber amor gratuito e sem interesses. Preciso resolver minha vida.

Imagino minha vida daqui a 50 anos. O que terei feito? O que serei? Será se ao menos habitarei esse mundo?

Abri meus olhos hoje, ciente de que devo fazer muitos reparos na minha vida. Há dias em que a alma decide fazer um balanço e julgar o que deve ser expelido para longe do seu domínio.

O que me atrapalha em mim? O que me impede de crescer como gente, como pessoa, como alguém, como um ser da espécie que raciocina? O que estou fazendo errado?

O que essa febre quer apontar? Que parte do corpo padece? O que tem que ser remediado?

Não dá para planejar um futuro sem antes resolver as pendências da vida recente. De repente o rumo da sua vida está diante dos seus olhos, mas você é imaturo demais para abraçar isso. 

É difícil encarar o mundo quando o que te impede de ser feliz é você. Você, e novamente me vem à mente a frase que habitará eternamente meu pensamento: "a única pessoa que pode te atrapalhar de conquistar algo é você mesma". Alguém me disse isso um dia, e eu nunca vou esquecer.

A vida é bem mais complicada do que imaginamos. Além de matar os leões no mundo lá fora, temos que enfrentar a criatura desconhecida dentro de nós mesmos. Todo mundo tem um espinho na carne, todo mundo tem um fantasma. 

Isso, não significa que devemos nos deixar ser dominados pelas nossas fraquezas a vida inteira. Um dia, o tempo te segura pelos ombros e te sacode. Acorde, meu Deus, acorde! Sim. Só vive a vida quem tem, e só tem quem sabe.

Esse foi o meu dia. Acordei e vi que estou prestes a completar 24 anos e não tenho a mínima ideia do que quero para minha vida daqui a 50 anos. Meio século parece tempo demais para se planejar. Pensei então, o que terei na vida aos 30? O que eu quero para mim?

Por um instante eu senti uma luz sobre mim, preciso resolver o amanhã hoje. É hoje, é hoje que se modifica o futuro. É hoje que decidimos quem seremos. Sim. Não dá para sair por ai vivendo desordenadamente uma vida. Sem rumo, sem eira nem beira. A vida é um bebê eterno. Tão séria.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Não se assustem crianças, vai ficar tudo bem

Por mais que eu tente me esquivar, o mundo está sempre requerendo de mim muito mais do que eu posso oferecer.

Mundo e pessoas esperando mais do que a minha vontade pretende realizar. Diante da tantas obrigações eu só preciso de um segundo para perceber que o que eu queria mesmo era um sumiço repentino.

Quando as mães falam sobre crescer e ter responsabilidades para seu filhos, elas na verdade estão apenas improvisando um aviso sonoro de perigo e caos à vista.

Mães deviam deixar bem claro que o mundo aqui fora é tão vil e que não, não é fácil manter sua alma pura.

Ninguém está inteiramente ciente. A vida é uma só e alguns fardos são para sempre. 

Incrível viver uma linda vida que no final termina sem aviso. Uma vida só. Não viver uma vida equivale a não viver nenhuma. 

Digam as crianças que está tudo bem. Ninguém faz curso preparatório para enfrentar o destino, a vida é uma e somos todos estreantes, mas muitos conseguem se sair bem.

Ao longo da vida, a gente aprende a anotar na memória o que deveria ser feito, se culpar, criar pseudoregras, ressentimentos. A vida está aí cheia de amarguras para te dar. 

Eu nunca tive uma conversa séria com minha mãe sobre o que fazer quando vários problemas resolvessem aparecer na minha porta, invadindo o meu dia, me deixando irritada, sem ânimo. Minha mãe não queria me assustar.

Para ser uma criança maravilhosa, eu sabia que só bastava comer legumes. Para ser uma adulta perfeita, bem, não sei muito o que fazer. O aprendizado aqui é lento e dolorido, mas é valioso e constante. 

Um momento de caos e desespero eu curo escrevendo em um blog e ouvindo uma melodia triste de qualquer banda de rock que me agrade. É curador, é automático. O peso sai, eu até suspiro.

Um dia ou outro de caos, todo mundo tem. Não poder contar com a compreensão de um ou outro todo mundo sabe o que significa. Botar as mãos na cabeça e não saber por onde começar pra consertar o que está errado, todo mundo sabe como é.

Não se assustem crianças, vai ficar tudo bem.




terça-feira, 10 de abril de 2012

Entre rimas e peripécias

Você fica segurando o mundo nas costas fingindo estar feliz, enganando o grande público. Até que um dia, o mundo desaba sobre você e tudo o que tu evitavas agora está bem onde seus olhos podem ver de verdade.

O seu erro. O meu erro. Não é tão fácil me adequar. Sempre tive dificuldades de me inserir nos "grupos". Não tenho amigos de infância. Na escola eu era o patinho feio. Eu cresci com uma falsa autoconfiança, esse é meu escudo, essa é a impressão. 

Bem, na verdade, vivo um incansável desafio contra mim mesma e meu defeitos. Todas essas coisas minhas que irritam as pessoas ao meu redor, irritam a mim também. Esse drama, essa insegurança, esse desespero, esse destempero, isso de achar que não é bem vinda, que não é querida, também acho um peso morto.

A vida é tão bonita mas tem um porém, você carrega problemas desnecessários e se preocupa demais com o que não merece tanta atenção assim. 

Eu ando buscando a felicidade em cada cantinho do mundo ao meu redor, mas encontro principalmente nas letras de músicas e nas memórias da minha infância. Eu fui feliz, gostava de mim como era, eu era criança, nem é tão difícil se amar. Eu queria ser grande e ser importante na vida de alguém além dos meus pais. Eu queria algo do mundo, mas ainda não sabia o que era. Ainda não sei, para ser sincera.

Hoje, eu sou uma mulher que escreve coisas tristes em um blog. A culpa é da minha alma, que sente demais. Não me sinto anormal por expressar tanto ressentimento, acho que todo mundo sente essa vontade, mas por algum motivo não tem coragem. Não é fácil se desfazer da máscara, esse bela e adornada face que protege a tua fragilidade e a mantém oculta atrás do ar de força.

Me pergunto como o mundo dorme quando recosta a cabeça no travesseiro. Será que ele chora escondido no banheiro? Será que ele disfarça uma lagrima com um espirro? 

Ei, eu sou você! Sentimos também, e quando a atenção do grande público não está sobre mim, eu sem maquiagem, sem roupa bonita e sem imponência eu choro. Choro, porque isso faz parte da minha natureza.

Eu erro, sinto remorso, sinto tristeza, me arrependo, sinto saudade, fico ansiosa, me sinto insegura, tenho defeitos, mas apesar de tudo isso, eu também amo viver. Amo viver e descobrir que meus erros tem solução, que o tempo ajuda a amadurecer, e que nossas ideias são mutáveis. 

Só vive a vida quem tem, e ela não é feita só de sorrisos, alegrias, amigos reunidos em uma mesa de bar, pessoas elegantes disputando quem chama mais a atenção em uma festa noturna, rostos forçando simpatia, dinheiro na conta, coletividade, sorte, amor e felicidade.

A vida também é dilema, desafio, labuta, a gente sofre. É azar, é contra tempo, é solidão, é pranto, é traição, e mágoa, e tudo isso e muito mais. É o equilíbrio do universo.

Entre erros e desacertos, o importante é saber quem somos e onde queremos chegar. A vida não é para os fracos, é sim para quem está disposto a se enfrentar.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Eu, aos 16


Estava lendo um post, 100 Facts about me, no blog de uma menina querida.   
Não é estranho o fato de eu ter um momento de choro, mas nesse momento eu tive um pequeno e especial momento de choro. Lembrei de como eu era quando tinha a idade dela. 16.

Na verdade, me vi naquela lista. Eu vi a mim mesma. Só que agora, aos 23, eu perdi muitos daqueles defeitos e qualidades, que na verdade só agora percebi que os amava, e que o conjunto de todos eles é que me fazia ser quem sou, ou era.

Eu acredito que o ser humano se conhece. Sabe quando está perdendo a linha. Talvez, eu tenha me deslumbrado com o mundo novo que passei a ocupar. A paisagem é tão atraente e dificilmente resistível...

Entre lágrimas e pensamentos, me pergunto em que ponto da vida comecei a errar. Que parte do caminho foi a minha perdição. Em que onda desse mar eu comecei a naufragar.

Pode parecer dramático e depressivo demais para você, mas minha vida já foi muito mais interessante aos 16.

Quando eu usava qualquer papel que eu via pela frente para descrever meus sentimentos através de versos. Quando eu cantava e sonhava ser uma estrela. Quando eu acreditava, que um dia eu iria vencer na vida e dar às pessoas que amo, coisas lindas e incomparáveis.

Eu falava muito comigo mesma, me ouvia. Tenho uma caixa escondida em casa, cheia de pequenos papéis ocupados por poemas. Carta de amor, nunca mais escrevi. 

É a idade? É a crueza do mundo? Sou eu? Será o tempo?

23, e uma lista de afazeres que eu queria adiar. 16 e uma lista de coisas que eu queria ser.

Em algum momento da vida, a gente para, pensa, e descobre que a vida se modifica. 

Parte do que um dia quis, hoje é parte da minha realidade. Parte do que eu não planejei, me consome no instante.

Voltar no tempo ou parar nele? Seguir se consertando, tentando buscar a felicidade, feito os peregrinos em busca da terra prometida?

Seguir. Sim. Seguir. E deixar as lembranças, que se instalam no peito como velhos amigos, serem um remédio. Lembrar de mim aos 16 não me fez mal, me fez tão bem. Ainda sou ela, mais velha, mas sou.

Sou ela com 16, mas com 20 e tantos anos.

Sou um corpo e uma boa alma. Sim, ainda sou menina, só que com algumas marcas. No fim, sou um eu feliz. 


terça-feira, 20 de março de 2012

O destino sou eu

"Você é a única que pode impedir a si mesma de alcançar algo". Talvez essa seja a afirmação mais sensata que impregnou minha mente nos últimos dias, depois é claro da que diz "há algo muito errado com você e você precisa descobrir o que é para poder ser feliz".

É nesses momentos da sua vida, que a canção mais triste do universo começa a servir de inspiração para os seus contos dramáticos no diário. Você é uma e apenas uma na vida. Não há outra. Apenas uma alma e erros, falhas, desacertos, decepções e destemperos suficientes por 7 vidas.

Uma vida que se revira no universo. Um amplo e imenso espaço onde tudo pode acontecer. Onde seus olhos podem perder facilmente o foco, onde o destino disfarçado de acaso vem te ludibriar.

A menina que acredita que tudo e nada acontecem com um propósito.

O mundo é todo seu menina. Está aí, livre sem fronteiras fechadas para você.

Essa pequena errante de pouca idade, nascida em setembro e portanto virginiana confusa sobre suas próprias definições, decidiu acreditar que o destino, sim, esse senhor desconhecido, não é nada mais que nós mesmos.

O destino, pensa ela, é um semeador pretensioso, e nós, um solo carente e fértil.

Nós, que detemos as escolhas, somos os senhores do destino. Ao contrário do que se pensa o destino  é inofensivo.

Se você tem o poder de escolher o seu caminho, consequentemente você tem a culpa. O destino é apenas uma tela em branco e você é quem escolhe as cores que vão ocupá-la. 

Mesmo com tantos tropeços, entre o caos e o paraíso. Jogando baldes de água em nosso inferno interior, estamos sempre sendo abraçados por algum tipo de Deus. 

Uma vida toda de erros não vale uma vida, se os aprendizados das entrelinhas não forem absorvidos.

O destino é seu, o destino é você e o mundo só acontece se você não se interpor. Você é a única que pode impedir a si mesma de alcançar algo na vida. É você e suas escolhas que escrevem as linhas da história e de uma vida inteira.



quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ame não



Começo a pensar na controvérsia das palavras e em mim mesma, que sou a contradição usando batom vermelho nos lábios.

Ao som de um Blues apaixonado de Etta James, escrevo linhas torpes sobre o que talvez possa pensar sobre o amor. 

É algo tão sinistro, em uma escala que vai das sombras à escuridão. Não sei o que dizer. Minha língua só conhece o que é paixão. E mal acostumada, não quer saber de nada mais profundo e complicado de se compreender. 

Porque, não entregar seu coração e não se importar é um problema a menos no universo. Universo por sinal, em constante caos interior. Dias maus, dias bons, beijos ruins, beijos bons. Amores, desamores. 

Prefiro ir do que ficar. Prefiro o amargo que o doce. E nessa estrada sinuosa não procuro a pureza, nem tampouco a verdade escondida. Quero o que está a mostra, o obvio, o sínico, nada de arrodeio, mistérios, desconversas. 

E não tenho medo de envelhecer. Assim como o vinho, não penso em piorar. Não pretendo estragar.

E comemorar nos botecos da vida, a liberdade, a tal da liberdade. Perder noites, viver nas madrugadas, livre, só. Acompanhada de doses rasas de amor próprio personificadas em um copo de Whisky qualquer. Mentindo, sorrindo, com aquele cigarro de filtro pendendo no canto da boca, que é livre, que é feliz e que não precisa se prender a nada.

Como dizia Janis Joplin, a liberdade é só outro nome para não ter nada a perder. E estava certa, a little blue girl, sabia bem como falar de amor e tristeza.

Enquanto isso eu me engano. Espero que entendam, que minha liberdade, como diz Led Zeppelin, eu guardo com apreço. Mas no fundo, queria dividi-la.

Goles leves, mas constantes. Nada de amor, nem de mãos dadas, nada de beijos longos, nada de cartas de amor, nada de sentimentos, nada de companheirismo. Só. Sozinha e em dupla, sim, eventualmente. Apenas.

Que pena, isso tudo é uma mentira. Pense que quando digo que o salgado, na verdade eu quero o doce. Bem, o mundo conhece essa linguagem. A linguagem controversa, a linguagem da contradição.

Não preciso explicar, que bom. 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Ideias à deriva


Junte todos os seus planos, passos, sonhos, desilusões e acomode em um saco. Peque suas falhas, seus erros e jogue em uma gaveta.

O saco, carregue nas costas, és totalmente responsável pelo que desejas. Leve o teu mundo nas costas sem expectativas. É quase certo que mil chances sejam perdidas, mas perdemos muito mais que isso sem saber.

Pegue o que vier pela frente, a chance que for. Faça o amor que puder. Destrua a razão quantas vezes for possível. Viva esse agora, e isso não é um clichê, eu mesma vi que é possível. 

Deixe essa melodia tocar, dance conforme o compasso. Não deixe nada para atrás. 

E quanto as frustrações, é como tudo na vida. No começo é difícil aceitar, mas depois a alma aprende que não há mal que dure eternamente e nem dor que dure para sempre. A gente tem o dom de se refazer.

Enquanto vou tecendo essas linhas, eu mesma tento ensinar para mim que o mundo dá voltas, e que a história de raios que nunca caem sempre no mesmo lugar, podem apenas ser relativas.

O mundo não segue uma regra. Não há caminhos prontos. Nesse grande contexto da eterna segunda-feira, a gente aprende com as experiências.

São os goles que se bebe da vida que te ensinam como vivê-la melhor. Não é a quantidade de anos que se vive, e sim a intensidade com que se entorna a bebida púrpura inebriante e viciante que é a vida.

Aqui, você vira contador de histórias de náufragos sem nunca ter sentido o gosto salgado do mar. Isso é comum, mas nem todo mundo sobrevive. É por isso que reitero a frase, a vida não segue uma regra. Para essa perigosa doença não há remédio prescrito. 

Cada qual encontra a sua cura, feito peregrinos em busca de algo no horizonte. A gente vai tatuando a alma com as experiências. Sangra e dói, mas é doce e viciante.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Sem título

Um dia você se descobre dançando conforme a música do universo. Um dia, você se olha no espelho e se vê a vítima perfeita da contradição. Você, um grande paradoxo do universo, sempre negando seus instintos, podando seus sentimentos e negando chances. Querendo no fundo, um par de oportunidades para sentir.

Quem é a figura no espelho. A alma tem correntes?

Universos ambulantes, falando sempre o contrário do que sentem, acumulando remorsos, escondendo qualquer resquício que deixe transparecer sua fragilidade, diante do inacreditável e piegas sonho comum de felicidade.

O mundo é um só, ele rodeia camas diferentes, mas no seu âmago queria um leito quente e único, onde nenhum outro corpo estranho pudesse chegar.

O grande protagonista da peça que encena a frieza. E dane-se o sentimentalismo e qualquer ruído de palpitação. O que se quer é emoção, suor e corpos entrelaçados fisicamente mas desligados totalmente das coisas abstratas, não palpáveis e intocáveis feito as coisas do coração.

É só fluxo, fluído, massa, corpo, calor, ardor, leveza e nada mais. Fácil falar, e isso, o mundo tem demonstrado bem. É fácil tornar a alma cativa da boca, que fala sem parar a contradição absoluta, e torna o abismo entro o que a boca diz e o que se quer na realidade.













segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Inside

Você viaja para longe, na intenção falha de esquecer quem és de fato. Tu atravessas um território imenso, e engole quilômetros de distância do que tu realmente és.

A gente esquece, que não importa quantas doses sejam entornadas, no outro dia os teus dilemas estarão na tua porta na hora marcada. Então, sóbrio e desolado irás rir da tua desgraça.

É bem pior saber o que deve ser feito e não fazer. Eu sei que sozinha eu sou bem melhor. Minha personalidade infame ajuda muito nessa questão. Mas o medo de sentir remorso um dia pesa bem mais que mil toneladas de chumbo.

Eu abri a porta do desespero quando decidi voltar ao ponto inicial da vida em família. Os mesmos problemas tendem a ficar no mesmo lugar, como crianças mau educadas que não levantam para ceder espaço aos mais velhos.

Tu olha esse ano que mal se iniciou, e já tens vontade de agir como Judas e fugir covardemente da tua culpa.

Nas listas de cabeceira eu tenho mil planos incompletos de vida. Já dizia Murphy, o que tem que dar errado, vai dar e da pior maneira possível. Que homem sensato.

Você não é a única pessoa no mundo, que levanta pela manhã decidida a ter um dia bom.

De repente, a marcha suprema da vida não pode seguir por causa do nevoeiro turvo que se apoderou do horizonte.

Acho isso aqui perda de tempo. Esse turbilhão que me invadiu hoje não pode ser domado com palavras. Chorar talvez funcione. Vamos tentar.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Tudo em família

As várias maneiras de se expressar o amor em família, muitas vezes não são o bastante. Eu poderia espremer todas as formas de amor e criar a formula da boa convivência, mas se a vida fosse assim tão simples se chamaria conto de fadas. E não, não é.

Nessa história longa que atravessa os seculos, os príncipes e princesas, reis e rainhas, são a personificação mais clara do que é a imperfeição humana.

Caberia aqui, como uma bela metáfora da vida, a história de heróis e dragões, mas heróis frustrados e dragões invencíveis. 

Já dizia uma sábia amiga, que a convivência é a maior vilã de todas. Pessoas, diferentes, com suas maneiras de ver a vida, de pensar sobre o mundo, de enfrentar dragões, de caminhar, de viver. Cada qual com suas falhas, defeitos, problemas, desafetos, armas de defesas e coração.

E no mesmo caminho que atravessam juntos pela vida, a felicidade é o que procuram. A dor que dividem, o almoço e o jantar, as conquistas, os planos, os sonhos, a paz e a guerra de personalidades. Família, é aquele abrigo imaginário para o qual todos quanto podem, correm para se sentir seguros.

Conflitos, os dragões dos contos fantásticos. E nós, seres terrenos, os heróis medíocres da era moderna. Dispostos a amar. E, se quem amamos soubessem o tamanho do nosso amor...

Meu pai sempre diz as palavras duras e afiadas como a espada dos grandes guerreiros. "Tens que amar a ti própria também... pois existindo amor próprio, existirá amor ao próximo, inclusive aos pais... Amor não é só da boca pra fora, vem de dentro, e se personifica através de boas atitudes, de respeito e consideração".

Até a rocha mais resistente de todo o universo, não poderia deixar de fluir água de suas fendas ao ouvir essas palavras.

Alguém tem que ceder. Os mundos ambulantes estão muitas vezes, ludibriados pela soberba.

Eu estou falando de amor incondicional, era essa minha intenção. Falar de amor de mãe e pai, irmão e irmã. Amor de vó.

Família é aquele colo gigante que te acalenta. É o local perfeito para se ouvir umas verdades que ninguém no mundo inteiro tem coragem de te dizer. É o lugar onde os teus defeitos estão bem guardados do mundo que te julga.

Ali, todos os problemas, as mágoas, as brigas estão em família. Você está seguro, você está bem. 

Cada família é uma universo dentro de um universo. Cada uma com suas histórias de reis e rainhas, heróis e dragões. 




quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A vida merce um post

Reclamação dia após dia, parece normal. Em um mundo complexo, cheio de mini universos ambulantes. Cada um com uma carga específica sobre sí.

Ninguém quer correr para o futuro. Os passos aqui são curtos e lentos. A face desconhecida do amanhã amedronta, instiga, cala e deixa o hoje para ser vivido sem data prévia. Nada de compromissos, isso assusta.

Mas sempre há o que se comemorar. Os calendários terrenos, estão cheios de compromissos com suas respectivas intenções comerciais bem apresentadas. Todos querem participar.

Como pequenas lagartas em plena metamorfose. 
De olhos fechados parecemos tão inflexíveis às mudanças. Um mergulho profundo no mar de delicias que a vida oferece, pode mudar a direção dos passos. 

É claro, prazer reservados para os que sabem nadar e não tem medo do desconhecido. Porque a vida não é nada mais do que um misto complicado de incerteza e sorte. 

Do mundo das ideias os seres paridos surgiram, sem escolha e consulta prévia. Convidados para uma festa manipulada e idealizada pelos deuses do universo. Sem direito de declinar. Por que não viver? Prove o banquete, veja se gosta.

Novas melodias, novos prazeres, nova ordem, nova vida. E você mergulha, mergulha fundo na garganta doce da vida. Eterna puberdade, mudança inevitável. Rugas, espelhos quebrados, planos desfeitos, partos, partidas, vindas, amores, destemperos e um mar gigante. Um mar imenso de culpa e vida para viver.

Seres ludibriados pela beleza do mundo, de repente o banquete lhes pareceu prazeroso demais, mas ninguém avisou que a festa acaba e o baile termina. 

A intrínseca ideia de dor e  morte, o doce e o amargo, o antigo paradoxo, vida, vida e morte. Vida e sobrevivência. Vida e amor.

Vício frenético de fugir do tempo. Viver e tomar todos os goles possíveis. Nadar, nadar no profundo e imenso mar. Sem ordem e roteiros pré determinados. Por que afinal, isso é viver. O estupor, as peripécias do enredo.

É só abrir os braços e nadar, nadar, nadar.


domingo, 1 de janeiro de 2012

Ano velho sou eu


Primeiro dia de um novo ano, Scorpions fazendo a trilha de um domingo atípico e eu chego a conclusão de quê por mais que nossos planos estejam bem estruturados no mundo das ideias, a coisa desanda bem rápido quando se trata da vida real.

Temos então, um novo e imenso conjunto de dias nos quais poderemos quebrar promessas, desfazer planos, decepcionar pessoas e fazer tudo errado do jeito que sabemos bem.

É um vício, procrastinar. É comum deixar a vida por fazer. 
Todos de branco louvam a entrada do novo ano. É só uma questão de nomenclatura, a vida depois dos fogos continua a mesma.

Acho que nesse ano já posso cuidar de um cachorrinho. Talvez eu encontre um equilíbrio entre o meu individualismo e a coletividade. O mundo é singular tanto quanto eu sou.

A cada ano que passa, comemoro menos as festas de fim de ano. Eu só vejo mudanças no calendário, quero ver mudança em mim. Um dia talvez, eu festeje de branco a paz interior e a alegria do dever cumprido em 365 dias da vida. Mas até o momento, ainda tenho entraves do ano passado para resolver. Perdi tempo demais, e o pior, não sei em que bar ele foi desperdiçado.

Eu tenho dilemas do ano passado, e sou eu. Tenho assuntos não resolvidos comigo mesma. Eu sou meu fardo.

Não parece tempo demais?

Eu bem que podia fazer uma lista de coisas que tenho que fazer para ser mais feliz durante o ano recém nascido, e essa se juntaria a muitas outras que tenho guardadas no fundo de um armário.

As incertezas continuam. Ainda somos o problema. O mundo ainda é o mesmo.

Parece que temos uma vida inteira para corrigir nossos erros. Parece.
E o mundo vive a sensação de novidade, quando tudo na realidade é velho. Hábitos velhos. Mundo velho. Esse não é um novo capítulo, é a mesma história sem fim.

Qual a moral da história? Quem sou eu para dizer. Feliz ano novo.