segunda-feira, 4 de junho de 2012

Preâmbulo

Você se arrasta por distâncias incalculáveis, você beira o desespero, você pensa em desistir, você acorda naquela manhã cinzenta e sente vontade de ouvir uma música, ler um livro e tomar uma xícara quente e grande de café. Você prefere dormir. Você prefere o amor ao dinheiro.  Você ama alguém. Você finge que não.

Existem muitas perguntas sem respostas na sua vida. Anote em seu caderno e cobre isso da vida. Não é fácil, eu recomendo que sejas forte. Aliás, eu aconselho que sejas persistente. Não se preocupe com essas unhas cobertas de esmalte vermelho, nem com esse batom borrado em seus lábios, nos meus lábios. Cabelo despenteado é poético. Sinceridade é tão crime quanto assassinato. 

Sigo à risca as regras de coesão e coerência do mundo, não faço o mesmo quando se trata dos meus pensamentos. Eles são meus e não há regras. O coração bate forte a cada vibração da melodia, a mente raciocina e os dedos escrevem. É assim que funciona. 

Não dá para confiar na vida. Ela é sagaz. Não dá para confiar na coerência do meu raciocínio. Como em uma história cheia de peripécias, ele reposiciona em questão de milésimos de segundos a ordem das coisas nas quais vale a pena pensar. Penso naquele amor, penso no futuro, penso no que quero ser, penso na morte, penso em como esse texto é complicado de pôr um fim. 

Não quero ser um alicerce, sou tão fraca quanto você. Só deixo fluir o que está aqui dentro, congelado. Um dia de sol derrete o furor da frieza. Vamos ter fé. Um dia a gente aprende. Um dia a gente descobre a receita desse grande bolo cheio de mistérios que é o universo. Um dia essa canção vai dar lugar a outra mil vezes mais bela. 

Enquanto isso, eu vago por entre os dias, que alternam entre tristes e menos tristes, felizes e menos felizes. Um dia, no final da roda sem fim, a gente encontra a resposta universal. Os por quês da vida, da minha, da sua. O que vai mudar eu não sei.


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