terça-feira, 19 de junho de 2012

Precisamos conversar

Faz tanto tempo que sinto a mesma dor e nunca soube ao certo qual era a causa. Percebei então, que havia uma raiz profunda de mágoa e amargura crescendo em mim. 

Um contraste se fez perceber diante dos meus olhos. Como posso amar tanto que tem me feito tão infeliz?

Por que não olha nos olhos? Me tornei algo tão ruim aos 24 que não mereça teu afeto? Sou teu maior desastre? 

Eu cansei de me sentir errada e tomar para mim a culpa natural por ser filha. Tenho muitos pecados para pagar.

Hey, quando foi que se tornou tão difícil quebrar o silêncio? Quando foi que me tornei menos importante na sua vida?

Me pergunto se o remédio é a distância, ou o tempo, ou o perdão. Tem flores murchando nesse jardim. Essas flores são tuas. Não vou tentar regá-las sozinha. Não mais. Preciso buscar um jardim só meu.

Eu interpreto teu rosto enrugado como um aviso de que não vale mais a pena insistir. Somos duas almas incompatíveis.  

Te amo tanto, mas odeio tuas atitudes, e sei que sentes o mesmo de mim. Esse é o nosso impasse. Esse é o nosso dilema. Essa é a nossa vida. Um silêncio. 

É sempre inverno sobre nós. Os dias parecem estar mudando, mas continuam do mesmo jeito. Frios, calados.

A primogênita peculiar. Tu é um mistério. Esses teus cabelos grisalhos só me fazer ter medo de não te dizer com que número de forças eu te amo. São todas e ao mesmo tempo as que me restam.

São as nossas indiferenças que me atrasam na vida. Não posso mais ter 5 anos. Mas continuo sendo teu primeiro fruto. 

Preciso ir. Vou te olhar de longe e continuar desejando o que sempre desejei. Que sejas feliz. 

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