quarta-feira, 21 de março de 2012

Eu, aos 16


Estava lendo um post, 100 Facts about me, no blog de uma menina querida.   
Não é estranho o fato de eu ter um momento de choro, mas nesse momento eu tive um pequeno e especial momento de choro. Lembrei de como eu era quando tinha a idade dela. 16.

Na verdade, me vi naquela lista. Eu vi a mim mesma. Só que agora, aos 23, eu perdi muitos daqueles defeitos e qualidades, que na verdade só agora percebi que os amava, e que o conjunto de todos eles é que me fazia ser quem sou, ou era.

Eu acredito que o ser humano se conhece. Sabe quando está perdendo a linha. Talvez, eu tenha me deslumbrado com o mundo novo que passei a ocupar. A paisagem é tão atraente e dificilmente resistível...

Entre lágrimas e pensamentos, me pergunto em que ponto da vida comecei a errar. Que parte do caminho foi a minha perdição. Em que onda desse mar eu comecei a naufragar.

Pode parecer dramático e depressivo demais para você, mas minha vida já foi muito mais interessante aos 16.

Quando eu usava qualquer papel que eu via pela frente para descrever meus sentimentos através de versos. Quando eu cantava e sonhava ser uma estrela. Quando eu acreditava, que um dia eu iria vencer na vida e dar às pessoas que amo, coisas lindas e incomparáveis.

Eu falava muito comigo mesma, me ouvia. Tenho uma caixa escondida em casa, cheia de pequenos papéis ocupados por poemas. Carta de amor, nunca mais escrevi. 

É a idade? É a crueza do mundo? Sou eu? Será o tempo?

23, e uma lista de afazeres que eu queria adiar. 16 e uma lista de coisas que eu queria ser.

Em algum momento da vida, a gente para, pensa, e descobre que a vida se modifica. 

Parte do que um dia quis, hoje é parte da minha realidade. Parte do que eu não planejei, me consome no instante.

Voltar no tempo ou parar nele? Seguir se consertando, tentando buscar a felicidade, feito os peregrinos em busca da terra prometida?

Seguir. Sim. Seguir. E deixar as lembranças, que se instalam no peito como velhos amigos, serem um remédio. Lembrar de mim aos 16 não me fez mal, me fez tão bem. Ainda sou ela, mais velha, mas sou.

Sou ela com 16, mas com 20 e tantos anos.

Sou um corpo e uma boa alma. Sim, ainda sou menina, só que com algumas marcas. No fim, sou um eu feliz. 


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