Quem é que vai dizer a verdade quando essa música acabar?
Eu podia transformar todas as minhas lagrimas em canção. Ninguém iria negar.
Ninguém negaria, ninguém iria admitir, que o tempo
passa através de mim e leva milhares de pedaços invisíveis.
É a vocação espetacular de ignorar o fim inevitável de
todos os dias.
Caem como sombra fina, e florescem ao amanhecer. Um dia a
mais e um dia a menos parecem coisas tão similares.
Os olhos que se abrem para o que está distante o bastante
para não existir. É o vício que a alma acalenta. O vício eterno pelo
impossível. O vício de querer viver eternamente na memória, na alma, como um sopro, como uma mancha, como uma cicatriz.
É essa estrada desconhecida da vida, é esse veneno que
também é o remédio.
É a mesma dor que te desmonta que junta teus cacos.
É a impavidez do amor, que eu e você nascemos para ter.
(Ilustração de Andrelle Bedê)
(Ilustração de Andrelle Bedê)
Te amo! Ta lindo!
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