segunda-feira, 19 de abril de 2010

Entre o corpo e o coração

Neste doce emanharado de experiências que é a vida, as almas se perdem nos caminhos desconhecidos da curtição.
Todos munidos de seus libidos, atacam mecanicamente quem estiver disposto a compartilhar o desejável atrito corpóreo.
Não existe a olho nú nem uma ligação sequer entre o corpo e o coração, tudo está desfeito. Essa não é a idéia mais pessimista sobre os seres que frequentam essa terra por um determinado tempo, nem um pensamento altruísta sobre o que deveria significar o corpo... é só uma leve sensação de que a cada dia que passa, existe os sentidos estão se artificializando.
De fato as pessoas, incluindo aquelas que acham isso uma bobagem e não se incluem no raciocínio, estão desistindo do amor e da entrega verdadeira. Há quem diga que essa história de amor ficou para as comédias romanticas de sabado a noite, mas no fundo é o fogo que arde em meio a solidão.
Todos necessitam de amor, mas todos que possuem cicatrizes repudiam a ligação entre o corpo e a alma e simplesmente produzem o prazer para curar as mágoas.
É a troca corpórea que move o mundo. Um mundo desacreditado no amor. São as noites que recebem visitas curtas. É a solidão que sempre fica.
Sem um resquicio de hipocrisia, quero que se levante quem ainda não consegue separar o corpo do coração. Quero que desminta a idéia de que todos precisam de um amor, e que no fundo as comédias românticas antecedem a busca corpórea nas madrugadas, para disfarçar a frustração de um coração magoado.
Eu não sou romântica, nem tenho um coração de pedra. Sou apenas racional, acredito na verdade do amor. (isso sem mil coraçõezinhos no ar, por favor).
Enquanto não houver uma busca sensata pela entrega da alma a um amor, haverão noites frias e solitárias.
Existem pratos saborosos pelas madrugadas, mas que pena, eles esfriam. Por isso, procure manter-se sempre aquecido, para que a frieza contemporânea não te afete.

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